A Bastilha foi construída como
"Bastião de Saint-Antoine" durante a Guerra dos Cem Anos, por Carlos
V da França.
Inicialmente serviu apenas como mero
portal de entrada para o bairro de Saint-Antoine, mas de 1370 a 1383 o portal
foi ampliado e reformado para se transformar numa fortaleza, que serviria para
defender o lado leste de Paris durante a guerra, além de um palácio real que
ficava nas proximidades, constituindo-se no mais forte ponto de defesa da
muralha do rei. Após a guerra, começou a ser utilizada pela realeza francesa
como prisão estadual.
A Bastilha foi construída como um
retângulo irregular com 8 torres de 68 metros de comprimento, 27 metros de
largura, com torres e paredes de 24 metros de altura, cercada por um largo e
amplo fosso, como nos castelos dos desenhos animados. Originalmente, possuía em
seu interior dois pátios, além de edifícios residenciais contra as paredes. Um
par de torres nas fachadas leste e oeste era o que servia de portal inicial de
passagem para o bairro.
Uma característica militar
significativa da construção é que as paredes e torres eram da mesma altura, e
eram conectadas por um amplo terraço. Isto possibilitava que os soldados na
parede frontal se movimentassem rapidamente até um setor ameaçado da fortaleza
sem que precisassem descer por dentro das torres, assim como possibilitava o
fácil posicionamento de artilharia defensiva.
Na época da Revolução Francesa, por
volta do século XVIII, servia muito mais como lugar de lazer e depósito de
armas do exército francês do que como prisão.
Neste período, encontrou-se a Bastilha
dividida internamente em:
♦ Pavimento térreo
♦ Calabouço
O pavimento superior proporcionava
acomodações um pouco mais confortáveis para os detentos, em comparação aos
outros dois.
O calabouço era a parte mais temida
da Bastilha, uma vez que a sua arquitetura era de estreitos corredores e salas.
A pessoa condenada ao calabouço deveria escolher uma posição corporal para
entrar na sala, sendo que a mesma não possuía nenhum espaço para a locomoção,
obrigando-a a ficar de pé. O prisioneiro do calabouço freqüentemente falecia,
vítima de frio, fome ou doenças, visto que o tratamento prestado aos
prisioneiros daquele setor era o pior.
A grande prisão estatal terminou
sendo invadida em 14 de julho de 1789 porque um jornalista espalhou pelas ruas
que as tropas reais estavam prestes a desencadear uma repressão sangrenta sobre
o povo de Paris. Todos deviam socorrer-se das armas para defender-se. A
multidão, num primeiro momento, dirigiu-se aos Inválidos, o antigo hospital
onde concentravam um razoável arsenal. Ali, apropriou-se de três mil
espingardas e de alguns canhões. Correu o boato de que a pólvora porém se
encontrava estocada num outro lugar, na fortaleza da Bastilha. Marcharam então
para lá. A massa insurgente era composta de soldados desmobilizados, guardas,
marceneiros, sapateiros, diaristas, escultores, operários, negociantes de
vinhos, chapeleiros, alfaiates e outros artesãos, o povo de Paris enfim. A
fortaleza, por sua vez, defendia-se com 32 guardas suíços e 82
"inválidos" de guerra, possuindo 15 canhões, dos quais apenas três em
funcionamento.
Durante o assédio, o marquês de
Launay, o governador da Bastilha, ainda tentou negociar. Os guardas, no
entanto, descontrolaram-se, disparando na multidão. Indignado, o povo reunido
na praça em frente partiu para o assalto e dali para o massacre. O tiroteio durou
aproximadamente quatro horas. O número de mortos foi incerto. Calculam que
somaram 98 populares e apenas um defensor da Bastilha.
Launay teve um fim trágico. Foi
decapitado e a sua cabeça espetada na ponta de uma lança desfilou pelas ruas
numa celebração macabra. Os presos, soltos, arrastaram-se para fora sob o
aplauso comovido da multidão postada nos arredores da fortaleza devassada.
O episódio, verdadeiramente
espetacular, teve um efeito eletrizante. Não só na França mas onde a notícia
chegou provocou um efeito imediato. Todos perceberam que alguma coisa
espetacular havia ocorrido: o fim da monarquia havia chegado. Sucederam-se
revoluções liberais e sociais em todo o mundo, sendo a Revolução Francesa base
de ideais e movimentos até hoje.
Fonte: wikipédia
Nenhum comentário :
Postar um comentário