Ele definitivamente não era um
injustiçado: numa carreira que começou com pequenos golpes e evoluiu para
sequestro e latrocínio, Eugen Weidmann
havia deixado cinco mortos, todos assassinados friamente por dinheiro. O método
também não era exatamente cruel: a guilhotina pode ser tétrica de assistir,
porém o consenso entre os médicos era que a morte se dava de forma instantânea
e indolor.
Eugen Weidmann
Mas havia a multidão. A prisão – à
qual ele reagiu e feriu um policial – e o julgamento de Weidmann e sua gangue
haviam causado furor nos jornais parisienses. Assim, quando um grupo se juntou
na Rua Georges Clémenceau, em Versalhes, seu espírito não era de reflexão
sombria sobre a força da lei. Eles assoviavam, cantavam e provocavam o
condenado. Quando a cabeça rolou, alguns se aproximaram com lenços para molhar
com o sangue, e levar como suvenir. Fato curioso: detrás da janela de um
apartamento próximo, aos 17 anos, o ator britânico Christopher Lee (famoso como
Drácula e Saruman) presenciava a execução.
Preparando o aparelho para execução.
O presidente Albert Lebrun considerou
o espetáculo deprimente: a ideia de uma execução pública era inspirar medo e
respeito à lei na população. Convencido de que não era definitivamente o caso,
revogou as execuções públicas. Dentro dos muros, condenados continuariam a ser
guilhotinados na França até 1977, com a execução do estuprador e assassino
Hamida Djandoubi. A pena de morte seria abolida em 1981.
Fonte: Aventuras da História
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