Desde o século 15, a confecção de
mapas era uma atividade estratégica e secreta em Portugal. As descobertas eram
cuidadosamente lançadas nos mapas portugueses da época. Alberto Cantino, um
comerciante italiano de cavalos, em Lisboa, trabalhou secretamente para o Duque
de Ferrara, da Itália. Cantino cooptou um cartógrafo português que elaborou um
planisfério, provavelmente com base na "carta padrão d'El Rei".
Acredita-se que o mapa foi
encomendado em outubro de 1501, concluído na segunda metade de 1502 e enviado
para a Itália, possivelmente em outubro desse ano. O planisfério incorporou
alguns dados da primeira expedição exploratória, ao Brasil (1501-1502), mas ao
que tudo indica, como uma adição posterior, sem a qualidade original.
O Brasil (chamado no mapa de Terra
Nova) aparece com apenas a faixa litorânea e muitas árvores verdes e douradas
que representam o pau-brasil, arbustos azuis e papagaios vermelhos. Nesse
período, usar as cores era muito caro então geralmente se usava poucas cores
além do preto. Da América Central só estão as Antilhas (que aparece escrito
"has antilhas del Rey de castella", as Antilhas do rei de Castela, é
o mapa mais antigo com o nome Antilhas também) e da América do Norte, a
Groenlândia e a atual Flórida.
O mapa não está assinado, nem datado,
mas existe uma inscrição em seu verso (em dialeto veneziano): Carta de navegar
pela ilha novamente achada na parte da Índia. Oferta de Alberto Cantino ao
Senhor Duque Hércules. Tem dimensões de 2,20 m X 1,05 m e são representados
apenas 257° em longitudes, o que seria a extensão do mundo conhecido na época.
A Linha de Tordesilhas está indicada como Este he o marco entre Castela e
Portugal.
O planisfério ficou na biblioteca de
Ferrara até 1597, quando foi transferido para o palácio ducal de Modena. Em
1859, o palácio foi saqueado e o mapa desapareceu. Nos anos '70 o diretor da
biblioteca de Modena achou o mapa forrando um anteparo em uma salsicharia da
cidade, comprou-o e levou-o para a biblioteca, onde ainda se encontra.
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