Por mais de três séculos, o negro escravizado impulsionou a
economia e serviu de base à pirâmide social brasileira; durante esse período,
reações individuais e coletivas – os levantes – representaram a outra face das
relações entre senhores e escravos no Brasil. Humilhação ou revolta – a
dominação teve limites preciosos durante praticamente todo o período colonial.
por Luiz de Jesus
Só no final do século
XVIII, quando as idéias dos liberais europeus passaram a ser difundidas entre
nós, é que se começou efetivamente a considerar a possibilidade da extinção do
cativeiro.Tornaram-se comuns as grandes manifestações de rua. Repetiam-se as
passeatas e comícios onde a palavra de ordem era a frase de José do Patrocínio:
“A propriedade do escravo é um roubo” Finalmente, em 1888, os antiescravistas
conquistaram a maioria no Parlamento.
Refletindo a nova
correlação de forças, a 7 de maio de 1888 o Congresso aprovava, por imensa
maioria, um projeto de lei com o seguinte texto: “Artigo 1 ° . É declarada
extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil. Artigo 2° . Revogam-se
as disposições em contrário”.
Assinado a 13 de maio
pela regente do trono, Princesa Isabel, o projeto transformou-se na Lei Áurea.
Entretanto, ao contrário do que se esperava, a abolição não significou a
emancipação efetiva da população escravizada.
Sem medidas
institucionais que promovessem sua integração à sociedade, os negros foram
entregues à própria sorte. Desprotegidos e discriminados, acabaram engrossando
os contingentes marginalizados que se aglomeravam na periferia das grandes
cidades.
“E se o lutar de hoje não
apresentar luz a liberdade e a igualdade, pelo menos temos que deixar acesa aos
nossos descendentes o iluminar da luta que Zumbi iniciou. Temos que ter
consciência de que ela não deve ser apenas Consciência Negra, mas antes de
tudo, tem que ser uma Consciência Humana, Diária e Contínua. Pois o ser humano
não se faz pela cor da sua pele, e sim, através de um caráter irrepreensível
construído sobre o forte fundamento da família, da sua história e da educação”.
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