A Pedra do Ingá é um monumento
arqueológico, identificado como "itacoatiara", constituído por um
terreno rochoso que possui inscrições rupestres entalhadas na rocha, localizado
no município brasileiro de Ingá no estado da Paraíba.
O termo "itacoatiara" vem
da língua tupi: itá ("pedra") e kûatiara ("riscada" ou
"pintada"). De acordo com a tradição, quando os índios potiguaras que
habitavam a região foram indagados pelos colonizadores europeus sobre o que
significavam os sinais inscritos na rocha, usaram esse termo para se referir
aos mesmos.
A formação rochosa em gnaisse cobre
uma área de cerca de 250 m². No seu conjunto principal, um paredão vertical de
50 metros de comprimento por 3 metros de altura, e nas áreas adjacentes, há
inúmeras inscrições cujos significados ainda são desconhecidos. Neste conjunto
estão entalhadas figuras diversas, que sugerem a representação de animais,
frutas, humanos e constelações como a de Órion.
O sítio arqueológico fica a 109 Km de
João Pessoa e 38 Km de Campina Grande. O acesso ao município dá-se pela BR 230,
onde há uma entrada para a PB 90, na qual após percorrer 4,5 Km chega-se ao
núcleo urbano da cidade. Atravessando a avenida principal da cidade,
percorrem-se mais 5 Km por estrada asfaltada até se chegar ao Sítio
Arqueológico da Pedra do Ingá. No local há um prédio de apoio aos visitantes
com banheiros, e as instalações de um museu de História Natural, com vários
fósseis e utensílios líticos encontrados na região onde hoje fica a cidade.
Painel principal
O sítio arqueológico está numa área
outrora privada, que foi doada ao Governo Federal brasileiro e posteriormente
tombada como Monumento Nacional pelo extinto Serviço do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional (atual IPHAN) a 30 de novembro de 1944.
Figura em forma de espiral com seta inscrita apontando para o poente no painel superior da Pedra do Ingá.
O sítio das Itacoatiaras do Rio Ingá
congrega o mais representativo conjunto conhecido desse tipo de gravura no
Brasil, que se notabiliza pelo uso quase exclusivo de representações não figurativas
na composição de grandes painéis de arte rupestre, exprimindo o gênio criativo
de um grupo humano que se apropriou de padrões estéticos abstratos como forma
de expressão, e possivelmente, de conceitos simbólico-religiosos,
diferentemente de outras culturas que, em sua maioria, utilizaram-se de
representações antropomórficas e zoomórficas.
Constelações de Órion
Destruição causada pela ação da natureza e humana
Aos poucos os petróglifos da Pedra do
Ingá vem sofrendo depredações devido à destruição causada pela ação da natureza
e principalmente humana; no painel inferior, no painel central, apresentam
danos que corroeram as gravuras da Pedra do Ingá, auxiliando, assim, para
destruição deste patrimônio nacional, que deve ser preservado a todo custo para
que as futuras gerações vejam o que os antepassados do Brasil foram capazes de
realizar com materiais tidos como inadequados para a confecção destas gravuras.
Tendo em mente que o Ingá não é só um bem nacional e sim mundial que devido à
riqueza de seus símbolos e a complexidade que foram feitas, estes petróglifos
devem ser apresentados a todo o mundo, mostrando assim a habilidade artística
que nossos antepassados apresentavam durante a Pré-História.
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