O fascismo no Brasil teve na Ação Integralista Brasileira
(AIB) sua principal organização, criada na década de 1930, logo após o
Movimento Constitucionalista de 1932. Seu principal representante foi Plínio
Salgado, e os membros da AIB eram conhecidos por integralistas, camisas verdes
ou, pejorativamente, como galinhas-verdes, por conta da cor de seus uniformes.
O que principalmente caracterizava o integralismo era o exacerbado militarismo
e o nacionalismo.
A semelhança com os grupos nazifascistas europeus ia do
uniforme às saudações, passando, claro, pela doutrina que proclamavam. Tinham
como símbolo a letra grega sigma, ∑, que ostentavam em bandeiras e braçadeiras,
significando a somatória da população, integrada e unida em um Estado
centralizado e militarizado. Este conjunto de símbolos contava ainda com a
saudação efetuada entre os militantes, proferindo a palavra indígena anauê,
semelhante ao “heil Hitler” dos nazistas, mas com coloração tupi-guarani. A
necessidade de apresentar o movimento como um corpo único evitava fomentar o
individualismo, sendo os membros sempre apresentados publicamente de forma
homogênea, em seus uniformes e posturas. A principal base social de apoio dos
integralistas era as chamadas classes médias urbanas e alguns grupos de intelectuais.
A simbologia integralista ainda incluía o culto à
personalidade do líder, no caso Plínio Salgado, evidenciando desta maneira a
adesão à organização hierárquica e à ideia de submissão aos superiores na
escala de comanda do integralismo. Essa submissão hierárquica, aliada ao
nacionalismo, tinha por objetivo ser cimentada em bases militaristas como é
possível perceber pela seguinte frase, uma dentre as várias utilizadas pelos
integralistas: “Nós despertaremos a Pátria. Nós a ergueremos. De pé, a fronte
erguida, ela dará o primeiro passo e marchará”.
Ainda no aspecto da doutrina, os integralistas defendiam a
necessidade de organização política do Estado a partir do controle de um
partido único e fortalecido, à semelhança do nazifascismo europeu, instrumentos
necessários para a integração da nação, de onde surgiu o nome do partido. Com
um nacionalismo tendendo à xenofobia e ao racismo, os integralistas realizaram
manifestações de rua na década de 1930, sempre de forma disciplinar e repleta
de símbolos, como os acima indicados. Outro tipo de ação de rua dos
integralistas era o combate aos membros da Aliança Nacional Libertadora (ANL),
composta por várias forças políticas que buscavam mudanças sociais, inclusive
os comunistas. O motivo dos combates se devia à rejeição violenta ao comunismo,
ao liberalismo e ao capitalismo financeiro, pois baseavam seu programa de
controle social no corporativismo e na eliminação dos parlamentos.
Toda esta postura levaria ainda os integralistas a apoiarem o
governo de Vargas, principalmente depois do Estado Novo, devido à origem
fascista dessa estrutura estatal e de sua aproximação com os países do Eixo,
durante a II Guerra Mundial. Mas os integralistas não conseguiram participar do
Estado Novo, apesar de continuarem atuando e, frente a essa marginalização,
tentaram derrubar Vargas em maio de 1938, num fracassado assalto ao Palácio da
Guanabara, que ficou conhecido como Intentona Integralista. Depois desse
episódio, Plínio Salgado foi exilado e o integralismo perdeu sua força,
restando, no final do século XX e início do XXI, algumas de suas
características nos grupos Skinheads.
Nenhum comentário :
Postar um comentário