Testes indicam que manuscrito pertencente ao acervo da
Universidade de Birmingham tem ao menos 1.370 anos e remete à época de Maomé.
Trechos do livro sagrado do islã podem ser os mais antigos de que se tem
conhecimento.
A Universidade de Birmingham, no Reino Unido, anunciou nesta
quarta-feira (22/07) ter descoberto fragmentos do Alcorão que podem ser os mais
antigos do mundo, com ao menos 1.370 anos de idade.
O manuscrito estava há pelo menos cem anos arquivado numa
coleção de livros e documentos do Oriente Médio da biblioteca de Cadbury, da Universidade de Birmingham, sem que sua importância fosse
percebida. Os fragmentos estavam junto com páginas de um manuscrito similar que
não era tão antigo.
Segundo a universidade, um teste de datação por radiocarbono
indicou que o manuscrito é de uma época próxima à do profeta Maomé, que se
acredita ter vivido de 570 a 632. A análise feita pela Unidade de Acelerador de
Radiocarbono da Universidade de Oxford revelou que os fragmentos foram escritos
em pele de ovelha ou de cabra e que podem ser os mais antigos do Alcorão de que
se tem conhecimento.
"Descobrir que tínhamos um dos fragmentos mais antigos
do Alcorão em todo o mundo foi emocionante", disse a diretora de coleções
especiais da Universidade de Birmingham, Susan Worrall. De acordo com os
testes, a probabilidade de que o material tenha sido escrito entre os anos de
568 e 645 é de 95%, o que o situa no período inicial do islã.
"Segundo a tradição muçulmana, o profeta Maomé recebeu
as revelações que formam o Alcorão entre os anos 610 e 632, o ano de sua
morte", afirma David Thomas, professor de Cristianismo e Islã da
Universidade de Birmingham. "A pessoa que o escreveu pode muito bem ter
conhecido o profeta e escutado suas pregações."
RC/efe/ap
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