Em 1799, Napoleão e suas tropas haviam invadido o Egito. Ao
fortificar uma base militar, um dos soldados encontrou uma pedra que mudou por
completo a forma de estudar o Egito Antigo. O bloco de granito negro de mais de
2000 anos de idade e coberto por inscrições, recebeu o nome Pedra de Roseta. A
descoberta logo se tornou célebre, pois a descoberta apontava o caminho para a
leitura e compreensão dos até então indecifráveis hieróglifos egípcios.
A ORIGEM
Voltemos ao ano 322 a.C. Esse ano marca a conquista do Egito
por Alexandre, o Grande. Após a morte de Alexandre, um de seus generais,
chamado Ptolomeu, se tornou o governante do Egito e deu início à Dinastia
Ptolomaica. Em 205 a.C, seu descendente, Ptolomeu V, assumiu o trono. O reinado
anterior havia sido sido um período turbulento, algo que contribuiu para
enfraquecer o poder da família.
Buscando consolidar seu domínio, Ptomoleu V aliou-se a
sacerdotes egípcios que ainda exerciam grande influência sobre o povo egípcio.
Como resultado, em 196 a.C, foi escrito pelos sacerdotes uma declaração de
apoio ao jovem rei. Cópias dessa proclamação foram colocadas em templos por
todo o Egito. Uma dessas cópias, que sobreviveu até nossos dias, é a famosa
Pedra de Roseta. O nome do artefato faz referência à cidade egípcia Rashid –
rosa em árabe – local em que a pedra foi encontrada no ano de 1799.
O IDIOMA ESQUECIDO
HIERÓGLIFO – junção das palavras gregas hierós (sagrado) e
glýphein (escrita). Designa a forma de escrita através do uso de figuras que
originou-se por volta do ano 3000 a.C.
ROSETTA
REPRESENTAÇÃO DE COMO SERIA A PEDRA ORIGINALMENTE E A DIVISÃO
DOS IDIOMAS.
.
O texto gravado na superfície da Pedra de Roseta é um tratado
burocrático e formal. Não contém informações muito reveladoras. Mas o grande
detalhe é que o mesmo texto está registrado em três idiomas distintos – o grego
clássico, o demótico (uma outra versão de escrita egípcias) e os hieróglifos
egípcios.
À parir do século 2 d.C, o cristianismo substituiu a religião
egípcia e o uso de hieróglifos foi gradativamente desaparecendo até que por
volta de 400 d.C teve seu último uso no Templo de Ísis da ilha de File. Durante
os 1400 anos seguintes, até a descoberta da Pedra de Roseta, ninguém soube como
decifrar os símbolos.
QUEBRANDO O CÓDIGO
Apesar de ser a chave para decifrar o enigma, a Pedra de
Roseta não trazia a resposta pronta. Anos se passarem e muitas horas de
trabalho árduo foram empreendidas até que os hieróglifos pudessem ser
decifrados. O inglês Thomas Young foi o primeiro a conseguir algum avanço
partindo da ideia de que um conjunto de caracteres da Pedra formavam o nome
Ptolomeu.
Mais tarde, o francês Jean-François Champollion descobriu
que, diferente do conceito prévio, muitos dos hieróglifos não eram
representações pictóricas de palavras, mas correspondiam a sons, assim como as
letras do nosso alfabeto.
Munido de tais informações e fazendo a comparação entre os
três idiomas registrados na pedra, Champollion conseguiu grandes avanços e, em
1822, publicou estudos que explicavam como os hieróglifos poderiam ser lidos.
Assim o código foi decifrado e uma nova janela para a compreensão do Egito Antigo
foi aberta.
Apesar de ter sido encontrada por franceses, a Pedra de
Roseta nunca foi para a França, pois as tropas napoleônicas acabaram derrotadas
pela aliança dos Otomanos e Britânicos. Com a rendição da França, os britânicos
tomaram posse da pedra, e, no ano seguinte, a transferiram para o Museu
Britânico, onde ela está até hoje.
Fonte:
ahistoriadosseculos.org
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