Por um período de poucos dias, logo após a proclamação
da República, a bandeira brasileira foi muito semelhante à dos
Estados Unidos da América. Em verdade, nas palavras do marechal Deodoro da
Fonseca, a proposta dos republicanos, liderados por Lopes Trovão, tratava-se de um
arremedo grosseiro da bandeira dos Estados Unidos.
Uma bandeira não é simplesmente um desenho
despretensioso, pelo contrário, é o símbolo máximo de representação de uma
nação. Se ocorre alguma mudança significativa no país (como a alteração do
regime político, por exemplo) normalmente a bandeira é atualizada, quando não
simplesmente substituída.
O Brasil, terra com uma história de instabilidade
política, já possuiu mais de 15 bandeiras diferentes até chegar à versão
atual, de 11 de maio de 1992. A bandeira que conhecemos atualmente, por
exemplo, começou a tomar forma com a proclamação da Independência,
em 7 de setembro de 1822.
Durante todo o período de Império (1822 –
1889), a bandeira do Brasil era composta por uma coroa, posicionada acima
de um escudo (com desenho semelhante ao da bandeira de Portugal),
envolta em ramos de café e tabaco, sobre o losango amarelo e
retângulo verde. Com a queda do Império, ela foi substituída.
Poucos dias após a proclamação da República,
um grupo de republicanos submeteu o que supostamente seria a nova bandeira do
Brasil (há alguns dias em uso não-oficial) à aprovação de Deodoro da Fonseca. A
proposta foi absolutamente rejeitada: o presidente do governo-provisório julgou
que tratava-se de uma cópia grosseira da bandeira dos Estados Unidos, que ficou
conhecida como bandeira provisória da República, porque não foi oficializada.
Não se sabe se a intenção do autor da bandeira
provisória era copiar os EUA. O fato é que, afora suas cores (verde e amarela),
a maioria de seus elementos a tornavam muito semelhante à bandeira
norte-americana: listrada horizontalmente, com um pequeno retângulo no
canto superior esquerdo, preenchido por estrelas.
A bandeira oficial
A bandeira oficialmente adotada pelo Brasil no
início da República, em 19 de novembro de 1889, é a mesma que temos hoje, com
algumas estrelas a menos. Ela foi idealizada por dois dos principais
positivistas brasileiros, Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemes, com
ajuda de Manuel Pereira Reis, um expoente professor de astronomia da
época.
A nova bandeira mantinha os tradicionais losango
amarelo e o retângulo verde, que representavam a riqueza mineral e vegetal da
nação, respectivamente. O escudo foi substituído pela esfera azul, a qual
foram introduzidas estrelas (uma para cada Estado) e cortada por uma faixa
branca com a inscrição “Ordem e Progresso”, invocando o lema do positivismo,
cujo o pai é o sociólogo de Augusto Comte.
Desde então a bandeira brasileira permanece a
mesma, com apenas três alterações no número de estrelas (em 1960, 1968 e 1992),
decorrentes da criação de novos Estados.
Fonte: UOL