O assassinato
do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do Império Austro-Húngaro e da
sua esposa, a duquesa Sofia, é considerado o episódio decisivo para o
início da Primeira Guerra
Mundial. A morte do arquiduque ocorreu através
de um atentado executado a 28 de Junho de 1914, em Sarajevo, actual capital
da Bósnia Herzegovina, e na
época, província da Áustria-Hungria.
Herdeiro ao trono do império austro-húngaro, Francisco
Ferdinando e sua esposa, a condessa boêmia Sofia Chotek, deixam a Prefeitura de
Sarajevo, pouco antes do assassinato do arquiduque
O atentado foi obra
de um activista sérvio, Gavrilo Princip, membro dos grupos “Jovem Bósnia” (que
agrupava sérvios, croatas e bósnios) e "Mão Negra". O acto tinha
um objectivo político, o de levar à separação entre o Império
Austro Hungaro e as suas províncias eslavas, para que pudessem ser
reunidas numa Grande Sérvia. A Bósnia Herzegovina estava sob domínio
da Áustria-Hungria desde 1878, mas era ligada etnicamente e culturalmente ao
reino independente da Sérvia. Este reino tinha desde 1903 uma monarquia de
cunho altamente nacionalista, e desejava restabelecer as fronteiras
do antigo Império Sérvio do século XIV. No dia do atentado, Francisco
Ferdinando estava em viagem à Bósnia para assistir a manobras militares e para
inaugurar as obras de um novo museu em Sarajevo. O arquiduque tinha em mente
reformar o Império Austro-Húngaro, federalizando o estado.
Gavrilo Princip, o sérvio bósnio que assassinou o arquiduque
Francisco Ferdinando, posa para foto na prisão um dia após o atentado nas ruas
de Sarajevo
Oficiais militares
sérvios estavam por trás do ataque, que gerou uma crise entre a
Áustria-Hungria e a Sérvia, culminando com a entrega de um ultimato a esta
última, a 23 de julho de 1914. No ultimato, a Áustria-Hungria fazia exigências
que, caso não fossem aceites, dariam início a uma ofensiva militar austríaca.
As demandas feriam na prática a independência do Reino da Sérvia, mas esta
aceitou todas, menos a que exigia que autoridades austríacas fizessem
investigações em solo sérvio. Na verdade, cogita-se que a Áustria-Hungria teria
redigido o documento já à espera da reacção sérvia, para causar um
conflito no qual pudesse anexar o pequeno reino eslavo.
Tomando parte do
lado sérvio, o Império Russo corre em sua defesa, pela ligação eslava entre
ambos. Com a recusa sérvia em acatar as exigências austríacas, a Alemanha
foi accionada, como resultado das redes de alianças estabelecidas pelos
países europeus. Estava assim iniciada a primeira grande guerra.
Foto não datada mostra o arquiduque Francisco Ferdinando, em
primeiro plano, e sua mulher, Sofia, ao fundo, mortos, após o atentado a tiros
que tirou a vida do casal em Sarajevo.
A morte de
Francisco Fernando pode ser considerada como o culminar dos acontecimentos que
se desenrolaram na política europeia desde 1871, num período que ficou
conhecido como “Paz Armada“. De 1871 a 1914 a realidade do continente é marcada
pelo acirramento das disputas por mercados, territórios coloniais e predomínio
na geopolítica europeia.
Trajes usados por Francisco Ferdinando e o sofá onde ele foi
recostado antes de morrer, ainda com marcas de sangue, são exibidos no Museu da
História Militar em Viena, na Áustria
Fontes:
www.infoescola.com
veja.abril.com.br
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