A
crônica “Minha família, eu e a televisão”
está entre os 500 textos semifinalistas da Olimpíada em todo o Brasil
O
aluno Alisson Linhares Lacerda, de apenas 15 anos, representará a Paraíba na
Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro. Ele cursa o 9º ano na Escola Municipal “Janduhy Carneiro” e
participou do projeto na categoria crônica da Olimpíada.
A
crônica “Minha Família, eu e a televisão”
está entre os 500 textos semifinalistas da Olimpíada em todo o Brasil. O
estudante concorrerá à semifinal regional com outros 125 da mesma categoria,
sendo que serão classificados para a final nessa etapa 38 textos somados com as
demais regiões do país, desta forma, 152 textos serão avaliados na etapa final.
O
estudante Alisson juntamente com sua professora de Língua Portuguesa professora Salefrance Vielli da Silva Lima., viajarão dia 10, 11 e 12
de novembro de 2014 para representar a Paraíba na semifinal em Porto Alegre.
Realmente
ensinar é uma arte e temos a responsabilidade de despertar a curiosidade e o
prazer da aprendizagem em nossos alunos. Muitos já tem suas habilidades e o que
falta às vezes é lapidar e isso com certeza foi o que aconteceu com Alisson
Linhares Lacerda. O que vale é saber que todo esforço de estimulá-lo valeu a
pena e está sendo gratificante para todos nós que fazemos a educação de
Cajazeirinhas, disse a professora Salefrance Vielli da Silva Lima.
Concurso
- A Olimpíada de Língua Portuguesa ‘Escrevendo o Futuro’ desenvolve ações de
formação de professores com o objetivo de contribuir para a melhoria do ensino
da leitura e escrita nas escolas públicas brasileiras. O concurso de produção
de textos premia as melhores produções de alunos de escolas públicas de todo o
país.
Na
4ª edição participam professores e alunos do 5º ano do Ensino Fundamental (EF)
ao 3º ano do Ensino Médio (EM), nas categorias: Poema no 5º e 6º anos; Memórias
no 7º e 8º anos; Crônica no 9º ano EF e 1º ano EM; Artigo de opinião no 2º e 3º
anos.
Confira
a crônica do Aluno Alisson
Linhares Lacerda
Minha
família, eu e a televisão
Foi numa manhã de domingo. Uma bela e linda manhã. O sol estava mais quente e
radiante que todos os outros dias. Era sempre o domingo o dia escolhido para
reunir toda a família na casa dos meus avós maternos.
A casa deles situava-se no sítio Boa União, município de Cajazeirinhas, no alto
Sertão Paraíbano. O lugar era o mais bonito e aconchegante que conheci. Era uma
casa grande, rodeada de alpendres, cada lado com um pé de planta e de frutas
diversificadas. Costumava ficar sempre no lado direito da casa, pois no período
que íamos pra lá, a sombra predominava na maior parte do tempo e também por que
era o lado da goiabeira - fruta do meu agrado. Na frente dela, tinha um açude
grande e muito prazeroso de se tomar banho com toda a família. Ao lado estava o
responsável pelo nosso sono acabar bem mais cedo - o curral das vacas. Por trás
o poleiro das galinhas e o chiqueiro dos porcos. Usava-se nessas casas mais
antigas, a antena parabólica instalada no chão do quintal da casa, pois se
acontecesse alguma coisa na televisão, meu avó dava um de mecânico e tentava
ajeitar.
Foi um almoço daqueles! Uma fartura sem igual. Minhas tias preparavam a buchada
( comida típica e muito trabalhosa de se fazer). Esta é a comida que é
utilizado toda a composição do aparelho digestivo do carneiro, mais conhecida
como as vísceras. Minha mãe e minha prima mais velha ficaram na
responsabilidade do arroz ao leite, feito na panela de barro, farofa,
vinagrete, vários tipos de macarrão, de arroz e de carne. Em fim, era tanta
coisa boa e gostosa que não dava para comer tudo de uma só vez.
Depois do almoço, todos os homens e as crianças iam lá pra o alpendre, enquanto
que as mulheres organizavam tudo na cozinha. Na sala de TV, ficou minha prima
querendo assistir um programa de auditório, minha avó um programa religioso e
meu primo mais novo querendo assistir os desenhos animados que só passavam
naquela hora, como se os outros programas passassem em outro horário. Começava
então toda a confusão. Era um tira tira de canal, um choro, uma reclamação, um
silêncio sofrido e bem sofrido de minha pobre vozinha. Não aguentei. Peguei
minha bola e comecei a fazer minhas embaixadinhas (pensando em bater meu
próprio recorde), quando me empolguei e chutei a bola com tanta força, que foi
bater na antena parabólica, ocasionando a queda de todos os canais da
televisão.
Correram todos pra saber quem tinha feito tamanha travessura. Lá estava eu,
louco de preocupação e com um medo danado que me "expulsassem da
família". Claro que não iam fazer isso. Mas o estrago estava feito. Não
achando outro jeito, vieram todos para o alpendre com cara de raiva e de
desgosto.
Fizemos uma roda de conversas e de lembranças do passado. Risos, piadas, choros
emotivos e prazeres inesquecíveis. Mas o que ninguém sabia, era que depois de
outra bolada minha, a TV voltava a funcionar perfeitamente, porém ninguém mais
quis saber da TV e nem muito menos dos programas favoritos. A conversa em
família ainda era o melhor das diversões.