O MITO QUE DEU ORIGEM AO DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Há muito tempo estamos acostumados
a ler e ouvir história relacionada a origem
do 8 de março, Dia Internacional da Mulher, relatando a história de uma greve,
que aconteceu em Nova Iorque, em 1857, na qual 129 operárias morreram depois de
os patrões terem incendiado uma fábrica de
tecelagem. De acordo com pesquisas levantadas diante este fato, a versão que
tanto conhecemos nunca existiu.
As pesquisadoras sobra as origens
do 8 de março nos afirmam que essa greve, contada tantas vezes, trata-se de um mito criado a partir da
confusão entre a greve de 1910, nos EUA; a de 1917, na Rússia e o incêndio de
1911, em Nova York. O que aparece e vem sendo contatado em todos os
cantos é que a dirigente socialista Clara Zetkin (1857-1933), integrante do
Partido Comunista Alemão, propôs a data, em 1910, na Conferência das Mulheres,
em homenagem às trabalhadoras tecelãs em greve que morreram em um incêndio na
fábrica que trabalhavam em 8 de março de 1857.
Clara Zetkin (1857-1933)
Na década de 1960, quando o mundo
vivia uma grande bipolaridade da Guerra Fria ,
a história ressurge e acaba sendo aceita
pelos dois blocos em disputa. A sua consolidação mundial é incorporada através
da ONU , o dia 8 de Março, em 1975, como data mundial contribuindo para essa retomada seja em larga escala, ao
mesmo tempo que também incentivou um viés institucional da comemoração.
A discussão das origens do 8 de
Março vem sendo realizada há mais de vinte anos. Uma das primeiras publicações
sobre as origens do 8 de Março é o livro da pesquisadora canadense, Renée Côté,
de 1984, O dia Internacional da Mulher – Os verdadeiros fatos e
datas das misteriosas origens do 8 de março, até hoje confusas, maquiadas e
esquecidas. Ela nos conta, de modo nada acadêmico, que certezas criadas
pelos movimentos feministas são pura ficção.
Hoje, existem também outros estudos,
acompanhados de vasta bibliografia que vão no mesmo sentido das pesquisas de
Renée. No Brasil, está sendo lançado neste 8 de Março As Origens e a
Comemoração do Dia Internacional das Mulheres, da historiadora espanhola
Ana Isabel Álvarez González, pela SOF – Sempre Viva Organização Feminista
e Editora Expressão Popular.
O 8 de Março é uma data que está
mundialmente vinculada às reivindicações femininas por melhores condições de
trabalho, justiça e igualdade social. É uma data na qual as mulheres “saem às
ruas” para reafirmar a sua convicção de que um mundo sem opressão e
discriminação das mulheres é possível. A comemoração desta data constitui
também um momento de reflexão sobre os abusos históricos contra as mulheres,
mas também sobre as conquistas e mudanças sociais conseguidas.
Então, aproveitemos esta data tão
importante para fazer uma reflexão sobre tudo o que as mulheres já passaram,
reconhecê-las e parabenizá-las pela força que sempre tiveram e sempre terão
para enfrentar qualquer tipo de obstáculo. E também por serem essas pessoas
iluminadas, fortes e ao mesmo tempo meigas, meninas e mulheres, mães e
trabalhadoras, femininas e determinadas.
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